SONETO - IV - ENXAME DE FEL
O teu perfume sabe-me a mel
mas o zumbido da abelha mestre
é o aviso do solo equestre
que derrama o enxame do fel.
O desejo que me afecta a pele
é o lacre que nasce do cipestre
e esfola o deserto campestre
com as gargalhadas da boca cruel.
Invento a noite à velha lanterna
que deprime a cama de luzerna
onde o amor é um funeral.
Nada mais resta ao fresco coral
do que os cânticos do velho imoral
que dança aos sons de quem o inferna.
Caixa das Histórias de Paula Rego, Cascais, 04/12/2009 - Jorge Brasil Mesquita. Jorge Manuel Brasil Mesquita. Recriado, em 23 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 17H06.
Sem comentários:
Enviar um comentário