ESTA FOME QUE DERRAMA
O DRAMA
QUE O OLHAR DECLAMA
É O VETO DA FERIDA
QUE A VIDA
EMANCIPA ESQUECIDA
DE QUEM EU SOU
SENDO O QUE SEREI
SE A MORTE QUE PASSOU
FOR QUEM EU SEI
EM TUDO O QUE AMEI.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 17H44.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 17H45, e, concluído, às 18H05 do dia 05 de Junho de 2012.
terça-feira, 5 de junho de 2012
CISCOS DIÁRIOS - 05 DE JUNHO DE 2012
A vida é a sonolência do silêncio. Adoramos a impaciência da futilidade e a resistência da passividade. Desenhamos os argumentos das sequências que filmamos à apoteose da nossa vitimização. Somos coerentes na incoerência e divinizamos a inclemência do nosso subconsciente. Somos viajantes de uma vida irracional e somos empregados do raciocínio que se ausenta para parte incerta, mal a deformação do ruído que nos surpreende o declínio, se estende pela volatilidade da nossa natureza, fria e indómita, quando o cálculo da aspereza se embrulha nos novelos de uma respiração asmática. Não receamos o receio, mas congelamos as fugas da realidade, em frigoríficos de tragédias, insuflados pelos costumes da moralidade aparente. A vida é o consumo astral da impaciência e da impotência no jogo diário dos sumos colectivos. Bebem-se, sem medo, desconhece-se qual o seu prazo de validade. Ombreamos com o prazer da ostentação presumida e revelamos, encantados, a sépia confrangedora da nossa inércia. A mansidão não é um adjectivo, é um substantivo implacável. Dele, bebemos a sonolência do silêncio.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 16H35.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 16H36, e, concluído, às 17H05 do dia 05 de Junho de 2012.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 16H35.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 16H36, e, concluído, às 17H05 do dia 05 de Junho de 2012.
AFLUENTES POEMÁTICOS - XXI - RAIVA ASTUTA
SENTADO NA RAIVA DA DOR
SOU UM ANÚNCIO SEM RELEVO
NA ARTE DESTRONADA DO TEMPO,
UMA GAZELA DE OLHAR ASSUSTADO
NOS ARQUIVOS DA MEMÓRIA
ONDE NADA VIVE.
NEM LÁGRIMAS DE SAL,
NEM CORAGENS DE DESERTO.
SOU UM SACRIFÍCIO ANIMAL
NA ARDÓSIA SEDENTA DO ANONIMATO,
UMA SEBENTA EM QUE SE ESCREVE
O RISO DA PALAVRA SONÂMBULA,
O ESPELHO DOS REFLEXOS MUDOS
E AS VERTIGENS DAS OUSADIAS FALIDAS.
SOU UM MINEIRO SEM MINAS,
MAS CADA MINA ESCREVE
OS SOBRESSALTOS DAS NOITES ADULTAS
AS FRAGILIDADES DOS DIAS INFANTIS
PARA QUE A SOBREVIVÊNCIA
DE UMA RAIVA ASTUTA
SEJA A ARGÚCIA
DA RAZÃO QUE SE DESVENDA
À FLORESTA DA CARNE SECA.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 15H39.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 15H40, e, concluído, às 16H06 do dia 05 de Junho de 2012.
SOU UM ANÚNCIO SEM RELEVO
NA ARTE DESTRONADA DO TEMPO,
UMA GAZELA DE OLHAR ASSUSTADO
NOS ARQUIVOS DA MEMÓRIA
ONDE NADA VIVE.
NEM LÁGRIMAS DE SAL,
NEM CORAGENS DE DESERTO.
SOU UM SACRIFÍCIO ANIMAL
NA ARDÓSIA SEDENTA DO ANONIMATO,
UMA SEBENTA EM QUE SE ESCREVE
O RISO DA PALAVRA SONÂMBULA,
O ESPELHO DOS REFLEXOS MUDOS
E AS VERTIGENS DAS OUSADIAS FALIDAS.
SOU UM MINEIRO SEM MINAS,
MAS CADA MINA ESCREVE
OS SOBRESSALTOS DAS NOITES ADULTAS
AS FRAGILIDADES DOS DIAS INFANTIS
PARA QUE A SOBREVIVÊNCIA
DE UMA RAIVA ASTUTA
SEJA A ARGÚCIA
DA RAZÃO QUE SE DESVENDA
À FLORESTA DA CARNE SECA.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 15H39.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 15H40, e, concluído, às 16H06 do dia 05 de Junho de 2012.
HARMONICA BLUES - V
Acabado o blues, a poeira dos meus olhos desvaneceu-se. Os diabinhos rubros com rabinhos doirados - o Grul e o Grol - suspenderam a marcha dos skates. Diante de nós, o alcatrão estava entravado pelos buracos das saudades. Saudades da memória que, ora se expandia, ora se encolhia, perante as visões futuristas do seu passado assombrado. Mergulhei nas rotas de um deles e respirei a longa "Estrada" da sobrevivência, onde pai e filho inventam a solidariedade do amor. Em um outro buraco, divisei os vultos de Verlaine e de Rimbaud arrancando, aos flagelos da poesia, a incompreensão de um amor arrebatador. As saudades crisparam-se e, eu, incentivei o Grul e o Grol a movimentarem os skates com o ritmo da delicadeza poética. Depois de atravessar uma corrente de ar do Poente, parámos diante do belo Dorian Gray.
- Olá Dorian. Em que esperança vives?
- Não vivo de esperanças, mas da pintura, em que o Oscar Wilde, me eterniza, para glória dele, e para o espectáculo efémero das minhas cinzas.
Dito isto, Dorian, sentindo poisar na sua moldura um corvo negro, perguntou-lhe se sentia saudades do Poe, ao que ele lhe respondeu, "Nunca Mais".
O Grul e o Grol que não gostavam de corvos, sentaram-me nos skates e escaparam-se pela auto-estrada 999, sempre a caminho do Norte, que ficava a uma distância incalculável. Levei a harmónica aos beiços e despachei para o vento da eternidade, o blues, "Shake Your Maneymaker".
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H42.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 14H43, e, concluído, às 15H17 do dia 05 de Junho de 2012.
- Olá Dorian. Em que esperança vives?
- Não vivo de esperanças, mas da pintura, em que o Oscar Wilde, me eterniza, para glória dele, e para o espectáculo efémero das minhas cinzas.
Dito isto, Dorian, sentindo poisar na sua moldura um corvo negro, perguntou-lhe se sentia saudades do Poe, ao que ele lhe respondeu, "Nunca Mais".
O Grul e o Grol que não gostavam de corvos, sentaram-me nos skates e escaparam-se pela auto-estrada 999, sempre a caminho do Norte, que ficava a uma distância incalculável. Levei a harmónica aos beiços e despachei para o vento da eternidade, o blues, "Shake Your Maneymaker".
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H42.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 14H43, e, concluído, às 15H17 do dia 05 de Junho de 2012.
FISGADAS POLÍTICAS - IX - O SENHOR ANTÓNIO BORGES
Os meus olhos viram e nem queriam acreditar. O Senhor António Borges está, contratualmente, ligado ao Governo pela bonita soma de 225 mil euros, isentos de impostos, para, ao que se supõe, aconselhar o Governo. Primeira pergunta: não é a troika quem aconselha o Governo a implementar as medidas necessárias para que o país saia da Crise? Segunda pergunta: quanto ganha a Troika por fazer o mesmo que faz o Senhor António Borges? Em última análise, sendo o Senhor António Borges um funcionário do Estado não estará obrigado às regras de austeridade impostas pela Troika, como seja, descontar o que descontam outros funcionários do mesmo gabarito? Será que o seu salário não excede o vencimento do Senhor Presidente da República? Será isso aceitável? Será que recebe subsídios de férias e de Natal? Será que lhe vão aplicar as mesmas medidas que aos restante funcionários do Estado? Ou será que estamos perante uma Parceria Público Privada (PPP). Nesse caso, qual a desculpa para não fazer descontos? Se é a Troika quem dita as regras para o Governo governar, qual a emergência de haver outro ditador. O seu conselho mais vistoso resume-se a um corte de salários generalizado. Porque não começa pelo dele? Para mim e para todos os que já perceberam tamanho dislate, a palavra «outsourcing» é um subterfúgio estranjeirado para justificar o injustificável. O Senhor António Borges é um exemplo bárbaro de se demonstrar a forma como neste país se utilizam dualidades de critério quanto à forma de se Governar o ingovernável. Com o mal de muitos se paga o bem de poucos.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H32.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 13H33, e, concluído, às 14h06 do dia 05 de Junho de 2012.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H32.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 13H33, e, concluído, às 14h06 do dia 05 de Junho de 2012.
CRITICARTE - VIII - AL-TAYYEB SALIH
Agrada-me gastar algum tempo e espaço com um escritor africano e com um dos seus excelentes livros.Al-Tayyeb Salih nasceu no Sudão, em 1929. Frequentou o liceu em Cartum e trabalhou na estação inglesa da BBC, em Inglaterra, após a sua graduação. Dirigiu a Rádio Nacional Sudanesa e exerceu os cargos de Director Geral de Informação, no Quatar, Golfo Pérsico, e representou a UNESCO, igualmente, no Golfo Pérsico.O romance "Época da Migração para o Norte", editado em 2001, foi considerado o romance árabe, mais importante do século XX e inclui-se no conjunto de obras mais representativas da Humanidade/UNESCO.O tema central do livro gira em volta de Mustafa, um sudanês que estudou em Oxford, Inglaterra e sobre a atracção que o seu exotismo africano exercia sobre as mulheres com quem se relacionava e que, misteriosamente, morriam. Mustafa, que, à medida que vai aprofundando o seu relacionamento com o narrador, vai-lhe confidenciando o percurso misterioso da sua vida."Olhei para os fragmentos de papel e li:"ensinamos as pessoas para que a sua mente se expanda e as suas capacidades, até então reprimidas,sejam libertadas. No entanto, não nos é possível prever os resultados - a liberdade.Libertamos as mentalidades das superstições, fornecemos ao povo as chaves do Futuro, para que este seja como lhe aprouver"..."Quem semeia o bem, recebe uma pequena ave que voa alegremente.E quem semeia o mal, planta uma árvore que tem por espinhos a miséria e por frutos o arrependimento."Não conhecia Salih, mas ao lê-lo, descobri um autor que narra sem mistérios, o mistério de uma vida feita de mistérios.
Cascais, 15/12/2009 - 15H53 - Jorge Brasil Mesquita . Jorge Manuel Brasil Mesquita. Recriado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H23.
MEMÓRIAS SONORAS - VI - "SO LONG FRANK LLOYD WRIGHT"
Quando, em 1970, foi lançado o álbum “Bridge Over Troubled Water”, do duo Simon and Garfunkel, o álbum foi, simultaneamente, o mais popular e o último que os dois registaram com originais. Como habitualmente, fiz o que sempre fizera com cada álbum do duo que era colocado à venda: encontrar as pequenas preciosidades a que, usualmente, ninguém ligava. Entre elas destaco: “Bleecker Street” e “Sounds of Silence” (a versão acústica) do album “Wednesday Morning, 3AM” de 1964; “Leaves That Are Green” e “Kathy´s Song” que pertencem ao album “Sounds of Silence” de 1966; “Dangling Conversation” e “A Poem On The Underground Wall”, incluídas no “Parsley, Sage, Rosemary and Thyme” de 1966; “Old Friends” e “Punky´s Dilemma” do album “Bookends” de 1968 e, finalmente, o tema que é a memória de hoje, que vem incluída no álbum “Bridge Over Troubled Water”, entitulado “So Long, Frank LLoyd Wright”.
Entre os finais do século 19 e o século 20, a arquitectura sofreu um forte impulso criador, graças à força inovadora de arquitectos, dos quais se devem destacar o francês de origem suíça Le Corbusier (1887 – 1965), o finlandês Alvar Aalto (1898 – 1976), o alemão Walter Gropius (1883 – 1969), fundador da Escola Bauhaus de que já falei na Nona Memória Sonora, o brasileiro Óscar Niemeyer, o português Cassiano Branco (1898 – 1970) e do arquitecto Estado Unidense Frank LLoyd Wright (1869 – 1959) e que é o tema desta memória sonora. José Manuel Fernandes no seu livro “Arquitectos do Sec. XX” afirma que Wright foi um “teorizador das suas próprias opções e criações, como uma reflexão filosófica aplicada ao espaço – tanto arquitectónico como urbanístico territorial”. Entre as suas criações destaco a Casa da Cascata, a Robbie House, em Chicago e o famoso Museu Guggenheim, em Nova Iorque. Como reflexo destes criadores arquitectónicos, as cidades de hoje não dispensam a interligação arquitectura, urbanismo e paisagismo. Desenvolvimento criativo que tem proporcionado o aparecimento de novos arquitectos, reconhecidos mundialmente, como é o caso do português Álvaro Siza Vieira, o arquitecto da frescura dos brancos luminosos. Mas regressemos a Frank LLoyd Wright e à preciosa e deliciosa composição de Paul Simon.
www.youtube.com/watch?v=4yA0i_qMD3U
So Long, Frank Lloyd Wright
So long, Frank Lloyd Wright.
I can't believe your song is gone so soon.
I barely learned the tune
So soon
So soon.
I'll remember Frank Lloyd Wright.
All of the nights we'd harmonize till dawn.
I never laughed so long
So long
So long.
CHORUS
Architects may come and
Architects may go and
Never change your point of view.
When I run dry
I stop awhile and think of you
So long, Frank Lloyd Wright
All of the nights we'd harmonize till dawn.
I never laughed so long
So long
So long.
Paul Simon
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H02.
Entre os finais do século 19 e o século 20, a arquitectura sofreu um forte impulso criador, graças à força inovadora de arquitectos, dos quais se devem destacar o francês de origem suíça Le Corbusier (1887 – 1965), o finlandês Alvar Aalto (1898 – 1976), o alemão Walter Gropius (1883 – 1969), fundador da Escola Bauhaus de que já falei na Nona Memória Sonora, o brasileiro Óscar Niemeyer, o português Cassiano Branco (1898 – 1970) e do arquitecto Estado Unidense Frank LLoyd Wright (1869 – 1959) e que é o tema desta memória sonora. José Manuel Fernandes no seu livro “Arquitectos do Sec. XX” afirma que Wright foi um “teorizador das suas próprias opções e criações, como uma reflexão filosófica aplicada ao espaço – tanto arquitectónico como urbanístico territorial”. Entre as suas criações destaco a Casa da Cascata, a Robbie House, em Chicago e o famoso Museu Guggenheim, em Nova Iorque. Como reflexo destes criadores arquitectónicos, as cidades de hoje não dispensam a interligação arquitectura, urbanismo e paisagismo. Desenvolvimento criativo que tem proporcionado o aparecimento de novos arquitectos, reconhecidos mundialmente, como é o caso do português Álvaro Siza Vieira, o arquitecto da frescura dos brancos luminosos. Mas regressemos a Frank LLoyd Wright e à preciosa e deliciosa composição de Paul Simon.
www.youtube.com/watch?v=4yA0i_qMD3U
So Long, Frank Lloyd Wright
So long, Frank Lloyd Wright.
I can't believe your song is gone so soon.
I barely learned the tune
So soon
So soon.
I'll remember Frank Lloyd Wright.
All of the nights we'd harmonize till dawn.
I never laughed so long
So long
So long.
CHORUS
Architects may come and
Architects may go and
Never change your point of view.
When I run dry
I stop awhile and think of you
So long, Frank Lloyd Wright
All of the nights we'd harmonize till dawn.
I never laughed so long
So long
So long.
Paul Simon
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H02.
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