segunda-feira, 28 de maio de 2012

CISCOS DIÁRIOS - 28 DE MAIO DE 2012

Não há sorrisos que despontem no poente da vida sem que o sol da noite efabule o silêncio das pupilas. Os remos da coragem são ramos de pranto escondido nos refúgios da mente que saboreia as doçuras dos seus frutos e, delas, recebe as carícias do tempo que engana a Morte com anúncios de Vida. O corpo manifesta o prazer de se sentir, sentindo o que não se sente nos segredos de uma natureza morta. Este seu pincel, que é uma dádiva de cores, besunta-me a pele de cinza com a realidade dos sentimentos que chora a alegria de uma mudez que, em cânticos de pureza, restaura a serenidade das águas que me modelam as mágoas com os assombros de uma aurora redentora. Nascente serei, onde o Poente desfalece.  
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 28 de Maio de 2012, às 17H48, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 28 de Maio de 2012, às 17H49, e, concluído, às 18H17 do dia 28 de Maio de 2012.

AFLUENTES POEMÁTICOS - XVI - DOR DE FERA CRUA

NESTE LONGO CAMINHO
DE ACIDEZ DANINHA
JÁ SE PESCA À LINHA
O RISO DO MINDINHO
QUE SOBRE O ASFALTO
DA PARADA IMORTAL
LEVANTA A MORAL
À NOITE DO BASALTO
E ACENDE AO DIA CRUEL
AS ALGEMAS DO MEL.
DE CELAS NÃO SE FALA
NEM DO SEU CORAÇÃO,
MAS QUANDO SE RESVALA
P´LA COSTELA DE ADÃO
É EVA QUEM SE AQUECE
E NÃO A SUA RAZÃO
QUE AO CALOR ESTREMECE
E AO FRIO EMUDECE.
E SE A DOR SE ENFRENTA
COM A FOZ DA MALÍCIA
EIS QUE A CARNE INVENTA
À SUA VOZ, A CARÍCIA
QUE EM TUDO DESCOBRE
O DOCE VÉU DO COBRE
QUE AO TEMPO ENCOBRE
A FEBRE DE MORRER
NO AMOR DE NASCER
P´RA QUE O TEMPO DILUA
A DOR DA FERA CRUA.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 28 de Maio de 2012, às 14H50, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 28 de Maio de 2012, às 14H51, e, concluído, às 15H29 do dia 28 de Maio de 2012.

METAL HURLANT

Um quarteto, amantes da Banda Desenhada, composto por Jean Giraud, Philippe Druillet, Jean Pierre Dionnet e Bernard Farkas fundou, em 1975, um periódico dedicado à ficção científica, entitulando-a Metal Hurlant. Com uma periocidade trimestral, a revista no seu primeiro número continha 16 páginas a cor e 52 a preto e branco, contando com as participações de Jean Giraud/Moebius (com Arzach), Philippe Druillet (com Gail), Richard Cobern e Jean Claude Gal (com Les Armées du Conquerant e cenários de Jean-Pierre Dionnert).Em 1976, a revista passou de bimestral a mensal. A Metal Hurlant ganhou importância entre os amantes da Banda Desenhada devido aos imensos talentos que foi revelando ao longo da sua vida. Em 1978, a Metal Hurlant tornou-se numa revista de temática abrangente, abandonado a exclusividade da ficção científica. Com a sucessiva partida dos seus quatro fundadores e após uma série de vicissitudes a Metal Hurlant interrompeu a sua publicação, em Agosto de 1987.
Biblioteca de Oeiras, 03/12/2009 - Jorge Brasil Mesquita
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 28 de Maio de 2012, às 14H33, na Biblioteca Nacional.

MEMÓRIAS SONORAS - II - CORTEZ THE KILLER

A memória sonora de hoje relaciona-se com factos acontecidos com o povo Azteca, povo oriundo do Norte do território a que hoje se chama México e que se instalou junto do lago Texcoco, em 1312, fundando a cidade de Tenochtitlan (actual cidade do México), em 1325, dando origem a uma próspera e desenvolvida civilização Azteca.
Em 1519, o conquistador espanhol Hernan Cortés (1485 – 1547) tentou penetrar no território Azteca, mas encontrou a oposição do Imperador Montezuma II (1466 – 1520). Inebriado pelas riquezas do reino dos Azteca, Cortés insistiu com o Imperador, até que este cedeu, contra a vontade do seu povo que se revoltou e enfrentou os espanhóis que invadiram e bombardearam Tenochtitlan, cuja população enfraquecida pela varíola, se submeteu a Cortés que, entre 1523 e 1525, dizimou completamente a civilização Azteca, o que hoje seria considerado um genocídio. O Imperador viria a morrer de fome em 1520, em consequência do conflito.
Em 1975, Neil Young, um dos notáveis sobreviventes dos anos sessenta, editou o álbum “Zuma”. O projecto inicial do álbum tinha como objectivo abordar as civilizações Maia e Azteca. Infelizmente, apenas restaram do projecto, o título do álbum que é a parte final do nome do Imperador Monte(zuma) e esta memória sonora de hoje “Cortez The Killer”.

www.youtube.com/watch?v=pSj5yOK_mt4
Cortez The Killer
by Neil Young
He came dancing across the water
With his galleons and guns
Looking for the new world
In that palace in the sun.

On the shore lay Montezuma
With his coca leaves and pearls
In his halls he often wondered
With the secrets of the worlds.

And his subjects gathered 'round him
Like the leaves around a tree
In their clothes of many colors
For the angry gods to see.

And the women all were beautiful
And the men stood straight and strong
They offered life in sacrifice
So that others could go on.

Hate was just a legend
And war was never known
The people worked together
And they lifted many stones.

They carried them to the flatlands
And they died along the way
But they built up with their bare hands
What we still can't do today.

And I know she's living there
And she loves me to this day
I still can't remember when
Or how I lost my way.

He came dancing across the water
Cortez, Cortez
What a killer.

Neil Young
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 28 de Maio de 2012, às 14H14, na Biblioteca Nacional.

FISGADAS POLÍTICAS - VI - GRÉCIA

Vivemos em tempos áridos nos bonsais da política. Afirma-se que se vive em Democracia, mas quando se fala em Democracias domésticas, assiste-se a toda uma série de intromissões externas de personalidades que são as vespas venenosas das Democracias policiadas. As pressões que são exercidas sobre a Grécia não passam de ameaças ideológicas e de chantagens políticas visando colocar no poder quem dobre a espinha às visões especulativas da Kaiser Fraulein Angela Merkel e aos empréstimos infectados dessa Troika que prestaria um favor à Europa evaporando-se para os vales terciários das ignorâncias que revelam quando propõem directivas que, em vez de fortalecerem economias, as enterram nas profundezas do inferno. A Grécia faria um grande favor à Europa se votasse, sem constrangimentos, no Syriza, para que, este, assuma os destinos gregos, e se recusasse, sem receios de qualquer natureza, abandonar o Euro. A Troika que vá lamber as feridas das suas ideias arcaicas para os porões das economias que lhes engolem os favos das recessões que provocam e que afogue as suas mágoas nos domínios de Hades, onde o seu destino será memorável. Truca, truca na Troika!        
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 28 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H32.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 28 de Maio de 2012, às 13H33, e concluído, às 14H01 do dia 28 de Maio de 2012.