sexta-feira, 11 de maio de 2012

AFLUENTES POEMÁTICOS - VI - CITRINO

VOGO NO LODO
DA HIRSUTA IDADE
ISCO E ENGODO
DA PLEBEIA CIDADE
QUE A NOITE SORVE
E O VENTO ABSORVE.
ASSIM É O PASSO CITRINO
DESTE CORPO, VESTIDO
COM O CIMBALINO
DO TEMPO SUMIDO.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 11 de Maio de 2012, às 18H26, na Biblioteca Nacional.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 11 de Maio de 2012, às 18H27, e, concluído, às 18H37 do dia 11 de Maio de 2012.

AFLUENTES POEMÁTICOS - V - ÁGUAS MANSAS

OH! BELA AMANTE!
REMA ESTE SONHO DE NINGUÉM
PELO ESPLENDOR DA BONANÇA,
QUE, EU, TRANQUILO,
TE OFEREÇO A FESTA DO AMOR
E, AMBOS, EM LÍBIDOS SABORES
PROVAREMOS O UNIVERSO DA POESIA,
DEITADOS AO RELENTO DA VIDA,
SUBMERSOS PELO PRAZER DAS ÁGUAS MANSAS
QUE NOS CORRERÃO PELAS VEIAS
E PELOS OS OLHARES DA PUREZA,
ESPREITANDO, ÀS ESTRADAS DO FADO,
OS SUCOS DOS NOSSOS DESEJOS.
OH! BELA AMANTE!
BEBE E AMA ESTE AMOR
QUE À DISTÂNCIA DO TEMPO QUE SE ABRE
NÃO É MAIS DO QUE A FLOR
QUE NOS UNIRÁ À SUAVIDADE DOS PÁSSAROS
VOANDO PELA PAZ DA SUA ESPERANÇA
COM ASAS DE ETERNIDADE.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 11 de Maio de 2012, às 16H35, na Biblioteca Nacional.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 11 de Maio de 2012, às 15H36, e, concluído, às 16h56 do dia 11 de Maio de 2012.

FISGADAS POLÍTICAS - III - TROPELIAS ECONÓMICAS

Não se pode pactuar com as enormidades que eu ouvi serem proferidas por um alto responsável de um dos maiores grupos económicos portugueses com uma larga carteira de lucros. Afirmou ele, e os meus ouvidos nem queriam acreditar, que seria necessário cortar nos salários dos seus empregados para se evitarem despedimentos.  Para quê? Para se aumentar os lucros ou para contibuir para se reduzirem as receitas do fisco? Viver em Democracia não é viver à custa das cautelas que nunca dão prémios. Uma Democracia a valer não se refina com Códigos Laborais que mais não são do que panfletos de ruína económica.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, na Dolce Vita, em 10 de Maio de 2012, às 19H17.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 11 de Maio de 2012, às 14H45, e, concluído, às 14H59 do dia 11 de Maio de 2012.

CISCOS DIÁRIOS - 11 DE MAIO DE 2012

Acordei com a boca seca. Levantei-me e vesti-me com um rio seco de palavras. São palavras preguiçosas, fazem da preguiça um meio de subsistência e um arauto de incoerências metalúrgicas. Ao calçar os sapatos apercebi-me de que as ideias caminham, lado a lado, com os ritmos asseados de uma valsa interpretada pelo alfabeto das transcendências mundanas. Viro-me de avesso e o avesso oferece-me as notas tradicionais de uma vida sem o amplexo de uma conjuntivite amorosa. Ao mudar-me para o exterior, para a rua da monotonia, deparo-me com o rosto sombrio do tempo. Com gestos simplórios, as palavras traduzem, de imediato, o meu estado de espírito, por um lado, irreverente, por outro, tristonho, esse estado febril de nada ser. Sendo um fantasma, sou um corpo imaginário na concentração das palavras que exploram o silêncio com as basófias das bocas iminentes. Parecem gostar de mim. Espremem-me. Sou um rio sumarento. Afinal, descubro que ao penetrar, profundamente, no alvo do meu diagnóstico, aprendi a salivar as águas saborosas da impertinência juvenil, quando esta idade que me aglutina, transforma uma árvore improdutiva, numa produção de olhares pesquisando os sentidos da selva urbana. Com eles, pinto quadros de natureza morta ou de cânticos Pop que, na sua simplicidade, são sensualidades de corpos cristalinos. As palavras, estas palavras são o carimbo de um existência que desenha, na sua essência, os calos de persistência caudalosa. Exprimem o que expresso, são o expresso para a imunidade dos pensamentos. 
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 11 de Maio de 2012, às 13H30, na Biblioteca Nacional.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 11 de Maio de 2012, às 13H31, e, concluído, às 14H12

FISGADAS POLÍTICAS - II - CONSOLIDAÇÃO ORÇAMENTAL

O Senhor Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou, no recente encontro Luso-Espanhol, que sem consolidação orçamental não havia crescimento económico. Ora, em minha modesta opinião, a coisa é, precisamente, ao contrário: sem crescimento económico não haverá consolidação orçamental. Porquê? Porque o crescimento económico reduz o desemprego, logo haverá um decréscimo de subsídios de desemprego, aumenta as receitas fiscais e as contribuições para a Segurança Social, desafogará o PIB, reduzirá a dívida soberana, e, certamente, irá permitir uma diminuição da carga fiscal dos contribuintes portugueses que, em sua vez, se traduzirá em um aumento de consumo. Estará, ou não, correcto, este meu piar de mocho? 
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 09 de Maio de 2012, às 19H10, em Dolce Vita.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 11 de Maio de 2012, às 12H52, e, concluído, às 13H05 do dia 11 de Maio de 2012.