sábado, 23 de junho de 2012

MEMÓRIAS SONORAS - XIII - "SIR DUKE"

Um negro de nome Berry Gordy, ex-pugilista, ex-dono de uma discoteca, ex-trabalhador de uma linha de montagem de automóveis, em Detroit, EUA e compositor de “Reete Petite”, interpretada por Jackie Wilson e de “Money”, cantada por Barret Strong, fundou em Detroit a editora Tamla Motown num edifício da cidade intitulado Hitsville, USA, editora que Gordy considerava como “The Sound of Young América”. A Tamla Motown era dirigida por negros e, praticamente, todos os grupos e intérpretes da editora, também o eram. Sem dúvida que a Motown foi uma das várias fatias negras que contribuíram para que, hoje, haja um Senhor Obama negro, como Presidente dos EUA. A editora era controlada, sonoramente, e sofisticada em políticas de educação social, até aos mais pequenos pormenores, inserida numa linha de compositores, como, por exemplo, Smokey Robinson e a tripla Holland-Dozier-Holland que produziram canções que todo o mundo consumiu nas vozes dos Smokey Robinson and The Miracles, das Supremes, dos Temptations, dos Four Tops, de Marvin Gaye, dos Jackson Five e de Stevie Wonder.
Stevie Wonder nasceu em Saginaw, Michigan a 13 de Abril de 1950, cegando durante a sua infância. O seu nome Steveland Morris foi alterado para Little Stevie Wonder quando assinou o contrato com a Motown. A harmónica tornou-se numa das suas imagens de marca, a partir das suas primeiras gravações, em que se inclui o seu primeiro grande sucesso “Fingertips-Pt2”, em 1963, a que se seguiram inúmeras composições que o guindaram ao estrelato, até que, ao atingir os 21 anos em 1971, Stevie Wonder se libertou das amarras que o privavam da sua liberdade criativa. Os álbuns “Music f My Mind” e “Talking Book” de 1972 e “Innervisions” de 1973, são os primeiros passos do seu processo criativo, nomeadamente, “Talking Book”. Em 1976, Stevie lançou o duplo álbum “Songs In The Key Of Life” onde se inclui um tributo a um dos gigantes do jazz, Duke Ellington, através da composição “Sir Duke”.
A cultura do jazz é uma viagem humana que se aprende e ensina com a linguagem sonora do improviso individual e colectivo, desde as raízes da sua origem, até aos frutos da sua eternidade.
Duke Ellington ( 29 de Abril de 1899 – 24 de Maio de 1976), nasceu em Washington e desde muito criança aprendeu a tocar piano e harmonia. Em 1914 compôs os seus primeiros temas. Lidera vários grupos a partir de 1918 e em 1924 forma a banda Washingtonians que, entre 1927 e 1931, actua no Cotton Club, em Harlem, clube onde só actuavam músicos negros e a assistência era exclusivamente composta por brancos. As actuações no Cotton Club proporcionaram-lhe uma enorme projecção, dentro e fora dos EUA, abrindo-lhe as portas da Europa, onde efectuou um sem número de digressões. Durante a década de 50 Ellington passou por fase de declínio que, posteriormente, viria a ser alterada com a sua presença no Newport Jazz Festival em 1956 que reavivou a sua popularidade que se prolongaria até à sua morte em 1974.
Com uma longa discografia, não só como músico, mas, igualmente, como compositor, destaco a contribuição musical e uma pequena participação, em 1959, no filme “Anatomy of a Murder” de Otto Preminger e as suas composições “Sophisticated Lady”, “In a Sentimental Mood” e “Mood Índigo”. A música de Ellington é a “marca de uma verdadeira sofisticação que é uma audaciosa simplicidade”.
“Sir Duke” de Stevie Wonder é a memória sonora de hoje.

www.youtube.com/watch?v=6sIjSNTS7Fs

Sir Duke Lyrics

Music is a world within itself
With a language we all understand
With an equal opportunity
For all to sing, dance and clap their hands
But just because a record has a groove
Dont make it in the groove
But you can tell right away at letter a
When the people start to move

They can feel it all over
They can feel it all over people
They can feel it all over
They can feel it all over people

Music knows it is and always will
Be one of the things that life just wont quit
But here are some of musics pioneers
That time will not allow us to forget
For theres basie, miller, satchmo
And the king of all sir duke
And with a voice like ellas ringing out
Theres no way the band can lose

You can feel it all over
You can feel it all over people
You can feel it all over
You can feel it all over people

You can feel it all over
You can feel it all over people
You can feel it all over
You can feel it all over people

You can feel it all over
You can feel it all over people
You can feel it all over
You can feel it all over people

You can feel it all over
You can feel it all over people
You can feel it all over
I can feel it all over-all over now people

Cant you feel it all over
Come on lets feel it all over people
You can feel it all over
Everybody-all over people

Stevie Wonder

Jorge Brasil Mesquita
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 23 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H34.

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