AFLUENTES POEMÁTICOS - XXII - ACORDAR A DOR DA INOCÊNCIA
A distância não afecta
a fome de ser quem sou
um vulto que se infecta
com a raiva que negou
o vírus que nos detecta
o bobo que nos julgou
sem conhecer o profeta
que nada profetizou.
Acordar a dor da inocência
com a fuga de uma pureza
é vestir a cor da violência
co´a morte velha da beleza.
As farsas do quotidiano
são viveiros de cultura,
nacos do mito ufano
em versos de tortura
e réus de corpo insano
que viajam na tontura
de não verterem o dano
às facas do véu humano.
Ouvir as forcas do ocaso
na virgindade da nascente
é inventar o mortal prazo
à agua de uma semente.
E nada será urgente
no berço da nossa idade
nem a coragem carente
nem a fluência da verdade
roendo o caruncho vidente
que se alarga à vontade
de cobrir o nosso poente
co´o caos da Humanidade.Centro Cultural de Belém, 29/11/2009 - Jorge Brasil Mesquita. Jorge Manuel Brasil Mesquita. Recriado, em 23 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H22.
Belo...poeta...adoro seus escritos..
ResponderEliminarSaudações cordiais, Giselle. Grato por mais esta visita e pelo delicado comentário. Bjs
ResponderEliminarsempre vc mesmo jorge parabens e te desejo um feliz natal desde ja ok um abraço
ResponderEliminarAtrasado, Robinho, mas aqui vai o meu agradecimento pelo comentário e os desejos de um óptimo ano novo.
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