Falemos claro! Perguntemos, sem que qualquer espécie de prurido nos aqueça os lóbulos das orelhas, quem manda, afinal, no futebol nacional? Que eu me conste, não é, certamente, o Senhor Mário Figueiredo, que, pelo que se tem visto, ouvido e lido, é um exemplo tenebroso na condução das Ligas Profissionais de Futebol. A sua forma de pensar, a sua forma de equacionar os problemas que afectam todo o futebol português, revelam um arcaísmo sibilino, uma pandemia mental quando propõe o que propõe para as duas Ligas profissionais. O Senhor Mário Figueiredo é um triturador do bem fazer, do bem planear, do bem pensar sobre a necessária revolução de que o futebol profissional carece. Que lhe interessam as dívidas dos clubes, os salários em atraso, as receitas televisivas? A sua solução resume-se a um alargamento dos estilhaços futebolísticos em que o futebol português se vai transformar a breve trecho. A sua planificação resume-se à estratégia e à táctica do tédio mental, da reverência para com os que mitigam as medalhas das gangrenas eternas e irreparáveis. O seu discurso é um somatório de irrelevâncias e de pecadilhos que vão provocar, nas raízes do edifício futebolístico, a desartificação dos estádios de futebol, o alargamento da peste económica, o afundamento da qualidade futebolística e, se nada se fizer em prol dos jovens portugueses, assistir-se-á à infâmia de se perder, de vez, o futuro do futebol português e, em nada do que digo, revelo qualquer nacionalismo bacoco. Equipas B na Liga Orangina? Alargue-se o que estreito é, segundo a filosofia, despudoradamente pecaminosa, do Senhor Mário Figueiredo. Pregar o deserto das suas ideias provoca repulsa em qualquer bom adepto de futebol. O Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Futebol discorda, que se movimentem os carimbos tacanhos de uma Assembleia para se castigar os maus pensamentos do Senhor Fernando Gomes que, por esta altura, já deve ter percebido que se devia ter rodeado de outro tipo de personalidades, menos circunspectas, mais independentes. O que o Senhor Mário Figueiredo deseja é que os seus apaniguados estoirem com o que de bom resta no futebol português. Resumindo e concluindo, que a prosa já vai longa, não é com esfinges do calibre do Sr. Mário Figueiredo que o futebol português evoluirá e contribuirá para proceder ao seu saneamento financeiro. Para este Senhor tumultuoso de águas pantanosas, o futebol deve pairar, nas águas fumegantes do inferno dantesco. Urbi et orbi.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, no dia 27 de Abril de 2012.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 10 de Maio de 2012, às 15H53.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
AFLUENTES POEMÁTICOS - IV - MAMBA
NÃO HÁ BOCAS QUE RESPIREM PALAVRAS
SEM QUE A MORTE LHES MOSTRE A NUDEZ
DAS PUPILAS QUE CERCAM A MUDEZ
E O SENTIDO DISFORME DAS LAVRAS,
NEM HÁ MEDOS QUE DESCUBRAM CORAGENS
ENTRE PÁGINAS DE SILÊNCIOS VIVOS
QUE DESCREVEM AS ROTAS DAS MIRAGENS
A ESSES CORPOS QUE GEMEM CATIVOS
ENTRE SENTIDOS DE RAIVAS MADURAS
E CAROÇOS DE ÁVIDAS TERNURAS.
DESCONHEÇO A FOME DA ESCRITA
QUE, EM RELÂMPAGOS DE NOITE, LAMBA
A SAUDADE DA VERDADE DESDITA
E INSPIRE A CICUTA DA MAMBA.
NÃO HÁ TEMPO SEM QUE O TEMPO MUDE,
ÀS MUDANÇAS QUE A PELE TRANSPIRA,
AS MELODIAS FUNESTAS DO ALAÚDE,
AS MALDITAS SOMBRAS DO ÓDIO, DA IRA.
DA SINISTRA E DA TRISTE VELA QUE ARDE
RESTA A CHAMA MAIS NEGRA, MAIS PURA
QUE AFAGA, E SE APAGA, COBARDE,
PARA QUE NASÇA A NOITE MAIS ESCURA
À NATUREZA DA HUMANA CURA.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 10 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H35.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 10 de Maio de 2012, às 13H35, e, concluído, às 14H33 do dia 10 de Maio de 2012.
SEM QUE A MORTE LHES MOSTRE A NUDEZ
DAS PUPILAS QUE CERCAM A MUDEZ
E O SENTIDO DISFORME DAS LAVRAS,
NEM HÁ MEDOS QUE DESCUBRAM CORAGENS
ENTRE PÁGINAS DE SILÊNCIOS VIVOS
QUE DESCREVEM AS ROTAS DAS MIRAGENS
A ESSES CORPOS QUE GEMEM CATIVOS
ENTRE SENTIDOS DE RAIVAS MADURAS
E CAROÇOS DE ÁVIDAS TERNURAS.
DESCONHEÇO A FOME DA ESCRITA
QUE, EM RELÂMPAGOS DE NOITE, LAMBA
A SAUDADE DA VERDADE DESDITA
E INSPIRE A CICUTA DA MAMBA.
NÃO HÁ TEMPO SEM QUE O TEMPO MUDE,
ÀS MUDANÇAS QUE A PELE TRANSPIRA,
AS MELODIAS FUNESTAS DO ALAÚDE,
AS MALDITAS SOMBRAS DO ÓDIO, DA IRA.
DA SINISTRA E DA TRISTE VELA QUE ARDE
RESTA A CHAMA MAIS NEGRA, MAIS PURA
QUE AFAGA, E SE APAGA, COBARDE,
PARA QUE NASÇA A NOITE MAIS ESCURA
À NATUREZA DA HUMANA CURA.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 10 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H35.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 10 de Maio de 2012, às 13H35, e, concluído, às 14H33 do dia 10 de Maio de 2012.
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