quinta-feira, 14 de junho de 2012

AFLUENTES POEMÁTICOS - XVI - SOU SEM SER

PASSO POR TI, NÃO REPARO
NÃO TE ENCONTRO NO REFLEXO DO DESEJO.
NÃO, NESTA PAIXÃO DE SER
A VOLÚPIA DA CARNE ABSTRACTA
A METAMORFOSE DO SONHO VIRIL
NO REDUTO IRRACIONAL DA ESPERA.
ESPERAR POR QUEM?
NÃO TE ENCONTRO NA PAISAGEM URBANA
DE VER QUEM NÃO VEJO
POR SER QUEM NÃO SOU
NA ARTE DISTINTA DE NADA SER
ENTRE O QUE FUI
E O QUE TALVEZ FOSSE
SE TE VISSE ENTRE A SELVA QUE MAGOA.
MAGOADO!  POBRE CONSCIÊNCIA
QUE RESSOA INCONSCIENTE
ENTRE O VERBO QUE SE RÓI
E O SENTIDO QUE SE VERTE À RAZÃO DE SER
A MULTIPLICIDADE DO MEU ODOR
NA TUA PELE DE INFINITA DESORDEM;
RESPIRAÇÃO DESORDENADA
CAMINHAR INQUIETANTE
NESTE CONSUMO DE TUDO ABRAÇAR
PARA RECRIAR O CRIADO,
A PULSAÇÃO DO TEU ROSTO
NO VISUALISMO DOS AFECTOS
ESTE ARGUMENTO DE TUDO SER
NO NADA QUE SOU
NA SENSIBILIDADE INSENSÍVEL DOS TEUS SENTIDOS.
VOU POR AÍ,
VAGABUNDO DA MENDICIDADE AMANTE,
RELÓGIO DAS NOITES SEM MEMÓRIA.
SOU   SEM SER. 
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 16H34.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 14 de Junho de 2012, às 16H35, e, concluído, às 17H01 do dia 14 de Junho de 2012.

1971 - "BLUE" - JONI MITCHELL

Um dos clássicos albuns da música popular. A capa, de um azulado obscurecido, revela um rosto intimista, um rosto que expressa o sombreado de uma sonoridade rica em simplicidade e em tonalidades de sentimentos interiores. A voz que povoa todo o album regista, entre ondulações e flutuações, as palavras que espelham viagens, privacidades, intimidades amorosas e fugas às realidades perceptivas de amores doridos. "if I could reach a river so long/I would teach my feet to  fly-y-y-y-y". Ouvir em silêncio para, assim, podermos absorver, extasiados, os licores sonoros de uma pureza criadora. Joni Mitchell, uma interprete, uma poetiza e uma pintora entregue à Arte da beleza sonora.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 15H24.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 14 de Junho de 2012, às 15H25, e, concluído, às 15H56 do dia 14 de Junho de 2012. 

EU E O PÉGASO

Ontem, eu e o Pégaso concluímos que éramos amigos de longa data. Pégaso jurou que era o Futuro e eu não neguei que era o Passado. Concluímos que apesar das diferenças geracionais, jamais se gerariam conflitos entre nós, desde que pactuássemos com a realidade que não éramos e concordássemos com as mentiras que seriam as verdades, em que ninguém acreditásse. Pégaso afirmou que na constelação onde habitava , tudo o que era brilhante, estava na realidade apagado, e que eu era visto como uma Nau à deriva no stress do universo. Juntos planeámos compor outra noção do tempo e esculpir nos degraus da eternidade, uma sequência equestre de banalidades que apagariam das memórias universais, os mitos das excelências e as elites das fertilidades artísticas. O Pégaso alado, aliado e conversador, adorava paracronismos, alimentava-se de metáforas e confessou odiar as parábolas, vá lá saber-se porquê. Quanto a mim, só discutia quando não havia razões para tal. Era um perito na matéria e o Pégaso regalava-se com todos os dialectos, que eu não traduzia, mas que o alado, aliado na sabedoria, entendia tudo às mil maravilhas, vá lá saber-se como.
O respeito mútuo estava consagrado, sem tratados, pelo que nunca me atrevi a pedir-lhe boleia para onde quer que fosse. Aprendemos a explorar-nos, explorando todas as explorações que cada um de nós fazia por mútuo consentimento. Confesso que esta amizade era profundamente enternecedora.
Não havia constelações de sonhos sonhados que nós não adivinhássemos a realidade dos seus frutos. Apesar de sermos apelos à viabilidade dos seus concertos, não resistíamos a confiscar uns quantos, só pelo prazer de planarmos nas frases sublimes que ouvíamos aos cantos estrelares, revelando-nos os escafandros da vida. Tanto subíamos por aqui, como descíamos por ali, cruzando fronteiras, humanas ou urbanas, com a mesma vulgaridade com que nos escondíamos nas velas do tempo.
Nunca aprendi a voar porque confiava nas suas asas e, quando emigrávamos para o sudoeste das razões, chegávamos às justificações pelo nordeste das infidelidades, o que eram as consequências naturais de nos usarmos, consultando valências e inventando falências que desgostavam as inocências, desmentidas pelos fragores das invernias, urdidas pelas velhices poluídas pelas poeiras cósmicas da eternidade infalível.
Quando passávamos por onde não passávamos, sabíamos que só varrendo as esculturas do pensamento, abríamos às correntes do acorrentados, as bigamias consulares das vocábulos ambidextros.
Rumámos às fadigas das sombras, cansados de nós próprios, mas vencendo as resistências dos valores do tempo perdido, que se transformaram no coro das vozes que se esqueceram da nossa travessia pela vida e ocultámos-nos no casulo das fugas permanentes, onde nada do que era, vivo seria, excepto o Pégaso, porque pertence às ondas fluentes do tempo.
Lisboa, 11/12/2009 - 16H00
Saldanha, Lisboa, 20/12/2009 - 13H09
Jorge Brasil Mesquita

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 15H16.

BLUES - II - DE COMBOIO

DE COMBOIO  AO LONGO DO TEJO
VEJO  NO REFLEXO DO OLHAR
DE COMBOIO  AO LONGO DO TEJO
VEJO  NO REFLEXO DO OLHAR
A BOCA QUE INVEJO
ENTRE LINHAS DE AMAR.

DE COMBOIO  AO LONGO DESTA VIAGEM
VEJO  NO VÉU DA LÁGRIMA ENXUTA
DE COMBOIO  AO LONGO DESTA VIAGEM
VEJO  NO VÉU DA LÁGRIMA ENXUTA
AS CURVAS DA MENSAGEM
EM QUE O AMOR LABUTA

E SE O FINAL ASSINALA
O RÉU DO GRITO ANIMAL
E SE O FINAL ASSINALA
O RÉU DO GRITO ANIMAL
É O AMOR QUE REGALA
O SEU CORAÇÃO FATAL.  
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 12 de Junho de 2012, em casa, às 22H25.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 14 de Junho de 2012, às 14H34, e, concluído, às 14H53 do dia 14 de Junho de 2012.

ZIPS SONOROS - VIII - AZTEC CAMERA

Este meu espaço dedicado a bandas ligadas ao movimento DIY e às editoras independentes que se iniciou em finais da década de 70 e, ainda, a outros sons, prossegue ainda na Escócia, em East Kilbride, para ser mais exacto, onde se formou, em 1980, o grupo Aztec Camera pelas mãos do jovem compositor de 15 anos, Roddy Frame e, ainda, por Campbell Owens e Dave Mulholland. A banda, como não poderia deixar de ser, foi contratada por Alan Horne para a sua editora Postcard que, como já referenciei, tinha como objectivo ser “The Sound Of The Young Scotland”. Na sonoridade dos Aztec Camera sobressaíam sons latino jazzísticos, em cujas características acústicas iniciais se notavam voos de fantasias Folk que, mais tarde, se rechearam instrumentalmente, quando, em 1982, assinaram pela editora independente londrina Rough Trade.
Como é habitual referencio a discografia independente do grupo.
Postcard:
Março de 1981 – 7” – Just Like Gold/We Could Send Letters
Julho de 1981 – 7” – Matress of Wire/Look Outside The Tunnel

Rough Trade:
Agosto de 1982 – 7” – Pillar To Post/Queen´s Tatoo
Janeiro de 1983 – 7” – Oblivious/Orchard Girl
Abril de 1983 – LP – High Land, Hard Rain
Maio de 1983 – 7” – Walk On Winter/Set The Killing Free.
Antes de encerrar mais esta viagem sonora, não me coíbo de chamar a atenção para as composições “We Could Send Letters”, primeiro na versão acústica e depois na versão do excelente LP e da riqueza sonora de “Oblivious”.
Oeiras, 10/10/2009 – Jorge Brasil Mesquita

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H17.

LABIRINTOS - II - V

Há verdades que deixam de ser válidas quando são violadas pelos verdugos que vagueiam viçosos, vestidos de vítimas nas vitrines dos vasos venenosos que vilipendiam as voracidades de outra verdade. Que verdade?
Nunca desisto de ser quem sou, mesmo quando não se é, o que se é na sinusite das ruas sinuosas do destino.
Há vampiros que vazam as volúpias dos vultos que vivem com as vendas dos vivos, volteando nas voltas dos vincos virtuais da verdade. Que verdade?
Rastejo como um réptil sem o ser, porque ninguém reconhece a sua inexistência no mundo dos animais faladores, embora, por vezes, reconheça o veneno que lanço com a precisão da imortalidade, não mortalizada.
Há vozes que vinculam as vagas das verrugas às vergastas que vaticinam aos vígaros da verdade. Que verdade?
Eis uma razão para não ser o que se é: ser-se o que se é. È um sinal de fugas. E por que razão fugir é uma fuga e não sinais do seu sinal? Sou um sinal de acentos finais.
Há violinos, violoncelos e violões que vogam nos veleiros da velhice, vergando às suas viagens as vassouras dos vergões que vibram as vogais que velam pelas vírgulas de umas vagas verdades que vocalizam a verdade. Que verdade?
Já não subo ao cume de mim mesmo, desde que os pensamentos me abandonaram. Não lhes ligo importância, porque sei que todo eu sou um pensamento. Quem não se espelha no espelho das minhas barbas, reflecte-se na silhueta do seu pensamento. São esculturas de natureza indefinida.
Há vasilhames de verga nos vermes das verduras que visam as vizeiras das vocações que vislumbram as vitórias vibrantes dos vagões que vasculham os vícios da verdade. Que verdade?
Sou a sombra das sombras que passa despercebida por entre os vários silêncios que se formam à volta da fogueira que acendo sem os fósforos da vida. Ser visto no oceanário da vida, não é a página solta de uma vida que o vento assobia nos rápidos dos olhos nocturnos.
Há vigores que são valores no vetusto virtuosismo da vacuidade vitalícia. São vitaminas valiosas para quem se vilhipenda à vista da sua vigarice com vulgares vitimizações para vangoliar-se de um voto sem verdade. Que verdade?
Esta verdade, apesar não ser a minha verdade, é uma verdade a que não posso escapar, porque quem vive, vivendo uma não vivência de verdade que é verdadeira, só pode invocar como verdade, a aparência de ser o que se é no centro das mentiras que passam por ser uma verdade que não é verdadeira, porque não se reveste com as barbas da verdade que se vêem à vista desarmada da verdade de quem quer que seja.
Sintra, 05/01/2010, 15H05 - Jorge Brasil Mesquita

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H05.

CRITICARTE - XI - "GERAÇÃO PERDIDA"

Porquê Aldous Huxley? Por ter escrito “O Admirável Mundo Novo” e correr por aí que se prepara uma adaptação ao cinema? Por ter escrito o ensaio “Doors of Perception”, de cujo título o grupo de Jim Morrison extraiu o seu nome Doors? Não! Por ser um romancista pensador, cuja visão sagaz e implacável do mundo do tempo em que vivia, se encontram nos seus romances pela via da ironia, da truculência e da imperturbável lucidez com que analisava os mais prementes problemas dos seus dias.
Aldous Huxley ( 1894 – 1963 ) nasceu em Goldalming, Inglaterra. Estudou na Escola de Eton, onde lhe surgiram problemas de visão, formou-se na Universidade de Oxford, onde se tornou amigo do filósofo Bertrand Russel e do escritor D. H. Lawrence. Em 1937, mudou-se para Los Angeles, EUA e em 1938 tornou-se num dos mais importantes roteiristas de Hollywood.
Entre os muitos romances que escreveu, encontra-se o livro “Geração Perdida”, escrito em 1923. O romance aborda o extremo negativismo que se vivia em Inglaterra na pós Primeira Grande Guerra e onde circulam personagens que se interessam por tudo como uma forma de não se envolverem em nada. Huxley usa a linguagem do desprezo e da raiva por todos quantos se mostravam vazios de ideais, mas que se aplicavam numa frenética fúria de viver. Sem se deixar absorver pelas farsas da sociedade que o rodeava, preconizou com coragem a extirpação dos não valores.
“Lancing expunha às visitas todos os segredos. À sua palavra abria-se um vasto mundo incrível e fantástico. Havia trópicos, havia mares frios cheios de seres vivos, florestas povoadas de árvores medonhas e de silêncio e treva. Havia fermentos e venenos infinitésimos que flutuavam no ar. Havia Leviatãs amamentando os filhotes, havia moscas e vermes, havia homens que viviam em cidades, pensavam, conheciam o bem e o mal. Estavam todos vivos. Homens e mulheres deixavam de ser eles próprios ou lutavam por continuar a sê-lo. Morriam ou lutavam para viver”.
“Geração Perdida”, um livro que, talvez, não esteja muito longe da nossa actualidade.
Jorge Brasil Mesquita

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H53.

AFLUENTES POEMÁTICOS - XV - NA TATUAGEM DA VIDA

NA TATUAGEM DA VIDA
O ESPAÇO DA IDADE
É O SOFÁ DA FERIDA
ONDE SE SENTA A VERDADE,
ONDE DORME A MENTIRA
DA CORAGEM QUE DELIRA
COM A DOR QUE SE ASPIRA
ENTRE OS LENÇÓIS DA BONDADE.

NAS GARGALHADAS DA FOME
OUVE-SE O ECO DA DEMÊNCIA
ESSE ESTADO QUE CONSOME
A VIRTUDE DA INOCÊNCIA
ILUMINANDO O FOGO
QUE ENVAIDECE O JOGO
E ENRIQUECE O ROGO
COM A VOZ DA INSOLÊNCIA.

NO CONFORTO DA ARIDEZ
O LOUCO CORCEL DA PAZ
É UM CINZEL DE ACIDEZ
NA ESCULTURA QUE JAZ
ENTRE O ASSALTO DO GRITO
QUE SE ANUNCIA AFLITO
E A ESPONJA DO GRANITO
QUE, EM LUZ, A VIDA REFAZ.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 12H46.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 14 de Junho de 2012, às 12H47, e, concluído, às 13H38 do dia 14 de Junho de 2012.

MEMÓRIAS SONORAS - IX - "VINCENT"

Sempre que um certo estado de alma e a pintura resvala mentalmente por mim, vem-me à memória, não sei bem porquê, “Os Quatro Girassóis” que o pintor Vincent Van Gogh pintou em 1887.
O pintor Van Gogh nasceu em Groot Zundert, na Holanda no ano de 1853 e suicidou-se em Auvers-sur-Oise, em França no ano de 1890. Antes de se dedicar à pintura passou pelo desejo falhado de ser um pastor religioso e evangelista. Como pintor pode dizer-se que se encontram em alguns dos seus quadros influências pós-impressionistas e ligações à Escola Simbolista de Pont-Aven, fundada por Paul Gaugin e Emile Bernard. Pode-se dizer que a verdadeira influência da produção artística de Van Gogh se encontra nas flutuações do seu estado psíquico, que em 1890, o levariam ao suicídio.
O que me atrai em Van Gogh são as cores que me absorvem psicologicamente, como o sol ilumina o dia.
Don Mclean é um cantautor que alcançou grande popularidade graças a uma composição de nome “American Pie” que segundo reza a lenda musical é dedicada a Buddy Holly (1936-1959) onde consta o verso “The Day The Music Died” que se diz coincidir com a morte de Buddy. A composição vinha incluída no álbum com o mesmo título, editado em 1971. o álbum incluía, igualmente, a canção “Vincent” que é um excelente tributo ao pintor Vincent Van Gogh.


www.youtube.com/watch?v=dipFMJckZOM


Don McLean - Vincent lyrics

Starry
starry night
paint your palette blue and grey

look out on a summer's day
with eyes that know the
darkness in my soul.
Shadows on the hills
sketch the trees and the daffodils

catch the breeze and the winter chills

in colors on the snowy linen land.
And now I understand what you tried to say to me

how you suffered for your sanity
how you tried to set them free.
They would not listen
they did not know how

perhaps they'll listen now.

Starry
starry night
flaming flo'rs that brightly blaze

swirling clouds in violet haze reflect in
Vincent's eyes of China blue.
Colors changing hue
morning fields of amber grain

weathered faces lined in pain
are soothed beneath the artist's
loving hand.
And now I understand what you tried to say to me

how you suffered for your sanity
how you tried to set them free.
perhaps they'll listen now.

For they could not love you
but still your love was true

and when no hope was left in sight on that starry
starry night.
You took your life
as lovers often do;
But I could have told you
Vincent
this world was never
meant for one
as beautiful as you.

Starry
starry night
portraits hung in empty halls

frameless heads on nameless walls
with eyes
that watch the world and can't forget.
Like the stranger that you've met

the ragged men in ragged clothes

the silver thorn of bloddy rose
lie crushed and broken
on the virgin snow.
And now I think I know what you tried to say to me

how you suffered for your sanity

how you tried to set them free.
They would not listen
they're not
list'ning still
perhaps they never will.

Don Mclean

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 12H05.