terça-feira, 12 de março de 2013

SOBRE A MINHA MAQUINIZAÇÃO

É triste dizê-lo, mas há um certo número de pessoas, cujo raciocínio está formatado pelo embalo de mentes piolhosas que abusam, constantemente, da mentira para se assegurarem, a todo o custo, do negócio que mantêm, graças ao roubo autoral e à sucção de todos os pensamentos e de todos os escritos que, antecipadamente, desenvolvo, cerebralmente, porque fui, em tempos, maquinizado, sem que me fosse dada qualquer hipótese de escolha, sem me ter pronunciado sobre o que quer que seja. Nada mais me resta dizer que tais pessoas agem como cúmplices de uma atividade criminosa - não há que ter medo de lhes aplicar as palavras certas - ocultadas que são as suas verdadeiras identidades para que nada lhes aconteça. Resta saber porque razão todos eles se sentem tão à vontade em fazerem o fazem. Acresce que eu sou sócio da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e que, portanto, tudo o que escrever se encontra protegido pelo Código de Autor e de Direitos Conexos. A chacota de tal situação faz parte da imbecilidade humana que há muito perdeu o senso da justiça e da verdade.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Retirado do manuscrito de 11 de Março de 2013, escrito no Comboio da Linha de Cascais, entre as 21H00 e as 21H11.
Postado, em 12 de Março de 2013, na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 17H21 e as 17H41.

1970 - LAYLA - DEREK AND THE DOMINOS

Toda a hora é hora de ser sonoro. Todo o som produzido é o produto de um músico. Todo o músico que se musica é uma pauta de vida. A vida pode ser um encanto ou o desencanto de um encanto. Seguramente, este é o escrito de uma pauta. O encanto é "Layla" e o músico pautado dá pelo nome de Eric Clapton. Os intérpretes denominam-se Derek and the Dominos.
Clapton dedilha as cordas das suas guitarras como se os seus dedos fossem notas de sons, extraídas à pureza da sua sensibilidade. A lenda é longa, a sua memória, na história da música popular, é a memória das suas aventuras sonoras, desde que lá pelos primórdios dos anos sessenta embarcou na viagem dos Yardbirds, semi-divididos entre os blues e a pop que Clapton acabou por rejeitar para se envolver e integrar a bluesy banda de John Mayall, os Bluesbreakers. Foi durante a permanência nessa banda que Clapton ganhou o apelido de Deus dos Blues. Porém, a ânsia de explorar novos caminhos sonoros levou-o a formar com Jack Bruce e Ginger Baker o super grupo Cream  do qual relembro o magnífico album "Disrael Gears" e o soberbo "Sunshine of your Love".  Mas Clapton não era, não é, homem de uma só viagem e não tardou que os Cream se separassem. Com a vida em polvorosa - apaixonara-se pela mulher de George Harison - Clapton juntou-se com um grupo de amigos e, com eles, gravou um único album, sob o nome de Derek and the Dominos, do qual fazia parte essa fabulosa composição que dá pelo nome de "Layla". Esqueçam a versão acústica e mergulhem na ferocidade dolorosa da composição e, sobretudo, sintam a angústia suprema da dor que varre literalmente os nossos ouvidos com os delírios instrumentais da guitarra de Clapton e, especialmente, desse esplendoroso slidar de Duane Allman que, epicamente, quasi nos mata de dor. Depois, brota, não se sabe vindo donde, um som relaxante, um marulhar de tranquilidade que nos apela ao prazer da paz. "Layla" é, acima de tudo, um tema eterno, é uma composição para ouvirmos e sentirmos o que pode ser a dor humana. Ouçam-na, quando estiverem sós.   
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Escrito e postado, diretamente, no blogue, em 07 de Março de 2013, na Biblioteca Nacional de Lisboa, entre as 13H56 e as 14H06, em 12 de Março de 2013, entre as 15H05 e as 15H39.