SEGUINDO O INSTINTO DE ME LER,
SALTO PÁGINAS DE SABER,
ARRASO A ESCRAVATURA DA IGNORÂNCIA
E PENETRO, FUNDO, NESSA DISTÂNCIA
QUE, EM DEBATES DE RISO,
ME PROCLAMA A FALTA DE SISO
O ARGUMENTO DE NÃO O TER,
A CIÊNCIA DE NADA VER
ENTRE A VIDA QUE SE VIVE
E A LAUDA NADATÓRIA QUE SOBREVIVE
À BANCURA DO TALVEZ
E À MIGRAÇÃO DA PALIDEZ
QUE SE ENRAÍZA NO HÁLITO FUGAZ
DA PALAVRA QUE NADA FAZ
À SOLIDÃO DESTA PAZ
QUE ME RÓI OS CONCEITOS DO SEBO
E OS PRECEITOS QUE CONCEBO
À FERTILIDADE DA CONSCIÊNCIA
PARA RESUMIR ESTA IMPERTINÊNCIA
DE NADA SENTIR
QUANDO ME SENTO A SORRIR
ENTRE O COICE QUE EMUDECE
E A MEMÓRIA QUE SE ESQUECE.
SEGUINDO O INSTINTO DE ME LER
ESCREVO COM A FACA DO PRAZER.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 21 de Maio, de 2012, às 15H18, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 21 de Maio de 2012, às 15H19, e, concluído, às 15h47 do dia 21 de Maio de 2012.
segunda-feira, 21 de maio de 2012
HARMONICA BLUES - II
Não tardou que a chuva, em grossas bátegas, polvilhasse o solo poeirento e o alcatrão da auto-estrada 999. Das vaginas abertas nasciam bisontes que, mal se tingiam com os aromas da liberdade, partiam à desfilada em uma nuvem de poeiras cósmicas e perdiam-se nos corredores profundos da Via Láctea. Os blues da minha harmónica produziam notas que se elevavam na atmosfera e engordavam as bochechas do vento que, em golpes sucessivos, lançavam sobre o solo uma toalha de campos algodoeiros onde homens de capuzes acendiam as fogueiras aos Inquisidores das lascívias humanas que, em um tribunal, julgavam o Manual dos Inquisidores, julgando tratar-se do processo de Joana D´Arc, mas levados ao engano, não se sabe bem por quem, acabaram por ouvir a versão do Leonard Cohen que, sentado na berma da estrada, compunha os versículos de um poema emigrante. Neste lapso de tempo, perdido a destempo, os diabitos rubros, absorvidos pelos iões da ciência adulta, rolavam sobre os seus skates e, demoniacamente, mudavam de cor consoante ouviam, no seu i pod, os discursos mutantes da política veraneante que debutava na auto-estrada 999, onde os buracos são esconderijos de palavras malfeitoras. Mudei de harmónica, agora canarinha, mudei de blues: "See That My Grave Is Kept Clean".
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 21 de Maio de 2012, às 13H58, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 21 de Maio de 2012, e, concluído, às 14H41 do dia 21 de Maio de 2012.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 21 de Maio de 2012, às 13H58, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 21 de Maio de 2012, e, concluído, às 14H41 do dia 21 de Maio de 2012.
EPITÁFIOS - I - ROBIN GIBB
Quando a Morte se apossa da Vida, recorre-se à memória para nos avivar o que, eternamente, viverá. As canções de Robin Gibb, dos Bee Gees, recorriam ao romantismo e ao lirismo sonoro como poentes sonoros que nos embelezam os tímpanos e nos colam aos sentimentos que elas nos despertam. "I Started a Joke". Eis um epitáfio que define uma Vida.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 21 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H24.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 20 de Maio de 2012, às 13H25, e, concluído, às 13H39 do dia 21 de Maio de 2012.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 21 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H24.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 20 de Maio de 2012, às 13H25, e, concluído, às 13H39 do dia 21 de Maio de 2012.
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