terça-feira, 12 de junho de 2012

CORRUPIOS - II

A clareza das dúvidas é um quadro de incertezas, exposto na galeria dos pensamentos. Observo o quadro atento às minúcias do detalhe e às grandezas das paisagens que me interrogam com as cores das suas naturezas mortas e com o impressionismo da sua cultura pop. Os pensamentos são olhares concretos sobre as realidades urbanas que desfilam por entre os corredores ásperos da claustrofobia humana. As realidades urbanas cavalgam os impulsos dos paineis abstractos, apresentando, à mobilidade do secretismo, a abertura angular das objectivas que realçam o inesperado, despindo, os preconceitos básicos dos sentidos humanos, às reticências do pensamento racional, substituindo-as pelas ideias ocas da irracionalidade. Implanto dúvidas nas searas das certezas e os grãos das espigas que ondulam ao vento são conclusões básicas que povoam as sinergias cerebrais do rudimentarismo quotidiano. Uma interrogação pode ser uma exclamação e a exclamação pode ser a interrogação da dúvida que se esclarece. Os polos atraiem-se, os extremos tocam-se e, as peles, húmidas, pelo prazer ou, secas, pela repulsa, são veículos de informação itálica que se movem nas auto-estradas da inutilidade afectiva. A magreza dos pensamentos é a obesidade das dúvidas que resplandece nos tecidos opacos da sentimentalidade obscura. E obscuro sou quanto a dúvidas e a pensamentos que as relegam para o quadro de uma interpretação finita. Não há cores que suplantem as cinzas das células pastoras e dos rebanhos verbais que lhes contornam os pormenores das suas minúcias. São dúvidas, sem dúvidas.   
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 12 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H21.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 12 de Junho de 2012, às 14H22, e, concluído, às 15H09 do dia 12 de Junho de 2012.

ESPIRROS - VI - GUERRA

A GUERRA É O PRINCÍPIO PRIMITIVO DO ERRO HUMANO.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 12 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H07.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 12 de Junho de 2012, às 14H08, e, concluído, às 14H10 do dia 12 de Junho de 2012.

BLUES - I - CORPO DE CEREJA

ENCONTREI-A, SÓ, NO PÓ DA FRONTEIRA
À ESPERA QUE O FUTURO SE VENHA,
ENCONTREI-A, SÓ, NO PÓ DA FRONTEIRA
À ESPERA QUE O FUTURO SE VENHA
MAS AO ACORDAR A NOITE INTEIRA
O VENTO SOPROU-LHE QUE ESTAVA PRENHA.

O LUAR LAMBEU-LHE O CORPO DE CEREJA
E ACENDEU-LHE A FOME DAS ÁGUAS
O LUAR LAMBEU-LHE O CORPO DE CEREJA
E ACENDEU-LHE A FOME DAS ÁGUAS,
MAS AO ACORDAR A FOZ QUE DESEJA
TEVE QUE BEBER A SEDE DAS MÁGOAS.

DISSE ADEUS À VOZ DO PENSAMENTO
MURMURANDO BALOIÇOS DE MEMÓRIAS
DISSE ADEUS À VOZ DO PENSAMENTO
MURMURANDO BALOIÇOS DE MEMÓRIAS
E AO CAIR A NOITE FUSTIGOU O VENTO
COM O CATAVENTO DAS SUAS ESTÓRIAS

DESPEDI-ME DA SOMBRA QUE NASCEU
NESSA FRONTEIRA DE TRAVOS NOCIVOS
DESPEDI-ME DA SOMBRA QUE NASCEU
NESSA FRONTEIRA DE TRAVOS NOCIVOS
E PARTI P´RA ONDE O VENTO CRESCEU
SEM AS ALGEMAS DOS CORPOS CATIVOS.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, ontem, em casa, 11 de Junho de 2012, às 22h30. 
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 12 de Junho de 2012, às 12H58, e concluído, às 13H53 do dia 12 de junho de 2012.