A Política não é uma subjectividade eleita pela bondade dos eleitores, nem o Político é uma identidade anónima no seio da área governamental. Um cargo político, seja ele qual for, é um enunciado de responsabilidades, ao qual não se pode fugir, nem que seja para mendigar que a justiça política se abstenha de intervir logo que haja uma evidência de terem ocorrido erros factuais para os quais não há justificação possível. Não se pode afirmar, em política, que se assinam decretos-lei desconhecendo o seu conteúdo. Não se pode decretar inocência, quando factos, comprovados ou não, atingem, directamente, o responsável máximo da área governamental a que eles dizem respeito. Neste caso, há uma medida que se impõe de imediato: a demissão. Contrariamente ao que o visado pensará, não se trata de uma prova de culpabilidade, mas de assumir a posição correcta de se afastar de uma infecção que se instalou, propagou e o resposabiliza, ainda que, indirectamente, pelos factos ocorridos sob a jurisdicção da sua área governativa. O ar está poluído, há que o tornar respirável. A demissão, em política, é um acto responsável perante factos de natureza irresponsável.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 31 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H18.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 31 de Maio de 2012, às 14H19, e, concluído, às 14H59 do dia 31 de Maio de 2012.
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