segunda-feira, 7 de maio de 2012

AFLUENTES POEMÁTICOS - III - O SILÊNCIO É DE COURO

Caminho, só, inflexível.
Passos trémulos de ira
na coragem do fusível,
que se funde, que se mira
no espelho da retórica.
No seu discurso afável
balanceia a vaga prece
de que o mundo amável
é um rigor que se esquece
sob a máscara eufórica
de toda a malha que tece
a imagem metafórica.
O silêncio é de couro
e, a arte, o decoro
que a abelha e o besouro
no seu flagrante namoro
espantam a foz caduca.
Triste faro, triste sina
que ao recado assiste
pela pena que assina
esse nada que persiste
no verbo de quem estuca.
Caminho, só, invisível
no acto da pesca risível.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, no dia 07 de Maio de 2012, às 17H45.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 07 de Maio de 2012, às 17H46, e, concluído, às 18H30 do dia 07 de Maio de 2012.

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