terça-feira, 8 de maio de 2012

CANÇÃO - IV - MIRAGEM

Acaricio-te o rosto
mal a noite te deseja
e bebo-te o olhar de mosto
sem receio que ele me veja.


E se ao vento pergunto
que solidão é esta
que só a mim me assalta,
ouço a brisa com que unto
o amor que me resta
e o mel que te asfalta.


e mal a manhã rebenta
entre um raio de sol vivido
lambo-te a pele ciumenta
e segredo-te ao ouvido:


melopeias de xilofones,
sininhas à Peter-Pan,
melodias de cordofones
e amores com tan-tan.


Depois, logo que a coragem
adormece ao relento
me esqueço da bagagem
e me torno em pensamento,
tão veloz como o vento,
tão breve como a miragem.  
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criada, no comboio das 21 horas da Linha do Estoril, em 07 de Maio de 2012 e, concluída, no dia 08 de Maio de 2012, às 13H09.
Escrita, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 08 de Maio de 2012, às 14H05 e, concluída, às 14H30 do dia 08 de Maio de 2012.

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