quinta-feira, 14 de junho de 2012

LABIRINTOS - II - V

Há verdades que deixam de ser válidas quando são violadas pelos verdugos que vagueiam viçosos, vestidos de vítimas nas vitrines dos vasos venenosos que vilipendiam as voracidades de outra verdade. Que verdade?
Nunca desisto de ser quem sou, mesmo quando não se é, o que se é na sinusite das ruas sinuosas do destino.
Há vampiros que vazam as volúpias dos vultos que vivem com as vendas dos vivos, volteando nas voltas dos vincos virtuais da verdade. Que verdade?
Rastejo como um réptil sem o ser, porque ninguém reconhece a sua inexistência no mundo dos animais faladores, embora, por vezes, reconheça o veneno que lanço com a precisão da imortalidade, não mortalizada.
Há vozes que vinculam as vagas das verrugas às vergastas que vaticinam aos vígaros da verdade. Que verdade?
Eis uma razão para não ser o que se é: ser-se o que se é. È um sinal de fugas. E por que razão fugir é uma fuga e não sinais do seu sinal? Sou um sinal de acentos finais.
Há violinos, violoncelos e violões que vogam nos veleiros da velhice, vergando às suas viagens as vassouras dos vergões que vibram as vogais que velam pelas vírgulas de umas vagas verdades que vocalizam a verdade. Que verdade?
Já não subo ao cume de mim mesmo, desde que os pensamentos me abandonaram. Não lhes ligo importância, porque sei que todo eu sou um pensamento. Quem não se espelha no espelho das minhas barbas, reflecte-se na silhueta do seu pensamento. São esculturas de natureza indefinida.
Há vasilhames de verga nos vermes das verduras que visam as vizeiras das vocações que vislumbram as vitórias vibrantes dos vagões que vasculham os vícios da verdade. Que verdade?
Sou a sombra das sombras que passa despercebida por entre os vários silêncios que se formam à volta da fogueira que acendo sem os fósforos da vida. Ser visto no oceanário da vida, não é a página solta de uma vida que o vento assobia nos rápidos dos olhos nocturnos.
Há vigores que são valores no vetusto virtuosismo da vacuidade vitalícia. São vitaminas valiosas para quem se vilhipenda à vista da sua vigarice com vulgares vitimizações para vangoliar-se de um voto sem verdade. Que verdade?
Esta verdade, apesar não ser a minha verdade, é uma verdade a que não posso escapar, porque quem vive, vivendo uma não vivência de verdade que é verdadeira, só pode invocar como verdade, a aparência de ser o que se é no centro das mentiras que passam por ser uma verdade que não é verdadeira, porque não se reveste com as barbas da verdade que se vêem à vista desarmada da verdade de quem quer que seja.
Sintra, 05/01/2010, 15H05 - Jorge Brasil Mesquita

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 14 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H05.

2 comentários:

  1. Poeta...poeta....POETA....po...eita...po..EITO.....PÓ.

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  2. Obrigado por mais esta visita, Giselle. Grato pelo comentário, muito original. Saudações cordiais.

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