Os meus olhos viram e nem queriam acreditar. O Senhor António Borges está, contratualmente, ligado ao Governo pela bonita soma de 225 mil euros, isentos de impostos, para, ao que se supõe, aconselhar o Governo. Primeira pergunta: não é a troika quem aconselha o Governo a implementar as medidas necessárias para que o país saia da Crise? Segunda pergunta: quanto ganha a Troika por fazer o mesmo que faz o Senhor António Borges? Em última análise, sendo o Senhor António Borges um funcionário do Estado não estará obrigado às regras de austeridade impostas pela Troika, como seja, descontar o que descontam outros funcionários do mesmo gabarito? Será que o seu salário não excede o vencimento do Senhor Presidente da República? Será isso aceitável? Será que recebe subsídios de férias e de Natal? Será que lhe vão aplicar as mesmas medidas que aos restante funcionários do Estado? Ou será que estamos perante uma Parceria Público Privada (PPP). Nesse caso, qual a desculpa para não fazer descontos? Se é a Troika quem dita as regras para o Governo governar, qual a emergência de haver outro ditador. O seu conselho mais vistoso resume-se a um corte de salários generalizado. Porque não começa pelo dele? Para mim e para todos os que já perceberam tamanho dislate, a palavra «outsourcing» é um subterfúgio estranjeirado para justificar o injustificável. O Senhor António Borges é um exemplo bárbaro de se demonstrar a forma como neste país se utilizam dualidades de critério quanto à forma de se Governar o ingovernável. Com o mal de muitos se paga o bem de poucos.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H32.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 05 de Junho de 2012, às 13H33, e, concluído, às 14h06 do dia 05 de Junho de 2012.
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