segunda-feira, 25 de junho de 2012

CRITICARTE - XVI - SOMERSET MAUGHAM

O que acontece a um homem ao descobrir, que, ainda, não descobriu qual é o seu verdadeiro caminho no Mundo que nunca o descobriu? De quanto tempo precisará ele para fugir de si próprio, até compreender que o ponto de encontro é o mesmo que o lugar do desencontro? Eis o valor do tempo no percurso de uma viagem sem preço.
Este preâmbulo relaciona-se com o escritor e o livro que serão a razão deste amontoado de palavras.
O escritor inglês William Somerset Maugham nasceu em Paris, em 1874 e faleceu em Saint-Jean-Cap-Ferrat, em 1965. O escritor fez os seus estudos na King´s School, em Canterbury, Inglaterra, na universidade alemã ocidental de Heidelberg e exerceu medicina no hospital de St. Thomas, tornando-se pela vida fora num viajante inveterado.
A sua primeira obra, “Liza, a Pecadora” foi escrita em 1897 e um dos seus mais famosos livros “A Servidão Humana”, em 1915. Somerset Maugham possuía um “talento de narrador e paisagista, o sentido penetrante da caracterização psicológica e a arte incomparável da dramatização.” Todos estes ingredientes de escrita se encontram no livro “O Fio da Navalha” de 1944. Para esboçar o conteúdo do livro, que melhor pena, senão a do próprio escritor, que escreve na sua introdução: “nunca senti maior apreensão ao começar um romance. E se digo romance é por não saber que outro nome lhe dê. Não tem grande enredo, não acaba com morte ou casamento. Este livro consiste das recordações que tenho de um homem com quem, em épocas muito espaçadas, tive íntimo contacto; mas pouco sei do que lhe aconteceu nos intervalos. Creio que recorrendo à imaginação, poderia preencher plausivelmente as lacunas e tornar mais coerente a minha narrativa, mas a tal não me sinto atraído. Quero unicamente relatar factos de que tenho conhecimento.”
Pelo “O Fio da Navalha” passam muitas das palavras que nos perguntam, respondem ou nos deixam vazios, durante os jogos da vida que vivemos.
Oeiras, 21/10/2009 – Jorge Brasil Mesquita

Jorge Manuel Brasil Mesquita
Recriado, em 25 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H27.

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