segunda-feira, 25 de junho de 2012

AFLUENTES POEMÁTICOS - XXIII - OLHOS DE CAMPINA

OS TEUS OLHOS DE CAMPINA
SÃO A ÁGUA DOCE DO LUAR
QUE A BELEZA DA RAPINA
ROUBA AOS BRAÇOS DO MAR
PARA QUE A FONTE DO VENTO
ASSOMBRE AS ASAS DO ALENTO
COM OS MOINHOS DO AMOR
MOENDO AO TRIGO DA DOR
AS BAGAS LOUCAS DA COR
E OS AROMAS DO VENENO
QUE, PLENAS DE DOCE CHEIRO,
PINTAM AO RUBOR AMENO
A AMARGURA DO VELEIRO
QUE SEM PORTO DE ABRIGO
É A BOCA DO CASTIGO
QUE SE BEIJA À DISTÂNCIA
ESCRAVA DA FRAGRÂNCIA
E FAMINTA DA RECUSA
QUE O SEU CORPO DE MEDUSA
ALIMENTA COM A FOME
QUE O PRAZER NÃO CONSOME
POR REVELAR AO TORMENTO
OS SILÊNCIOS DA IDADE
E A MORTE DA VERDADE
QUE ATRAVESSA TODO O SER
SEM A ARTE DE A MORDER
COM O GRITO DA FERIDA
QUE A TODOS PRENDE À VIDA.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 25 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H46.
Escrito, directamente, no blogue, no dia 25 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 14H47, e, concluído, às 15H42 do dia 25 de Junho de 2012.

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