quarta-feira, 20 de junho de 2012
ALGURES NUMA TAVERNA
Perdi a rota do meu destino, mas um caracol com os pauzinhos ao sol iluminou-me um trilho, cujo final era uma taverna, onde pedaços de memórias me saudaram com sorrisos e com todo um arco-íris de borboletas que me perfumaram com os hálitos frescos de canções a que o meu corpo não resistiu. E, eu que não sabia dançar, senti que os meus pés se moviam, sincronizados, com os ritmos das cores que embelezavam a taverna, onde cumprimentei as saudades do futuro com apertos de mão que o passado não soube apascentar. A taverna tinha tudo o que eu não tinha: a beleza dos sorrisos, a franqueza das ideias e os abraços que abraçavam cada distância, encobrindo estes corredores de mediocridade com os saldos dos meus pensamentos. Nesta taverna fui alimentado com todas as descobertas que o meu corpo escanzelado sempre suprimira, em devaneios de perturbações eloquentes. Aprendi a ter asas de borboletas que ignorava e lambi a todos os voos de pássaros que jamais conhecera, as refeições da minha imaginação perdida nos rudimentos de farsas humanas que eram representadas nos palcos dos teatros caseiros; encetei as viagens perdidas ao mundo secreto das magias que enriquecem a fraqueza dos corpos com os brincos sexuais das sensualidades, dos erotismos e dos orgasmos românticos.
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