quarta-feira, 4 de julho de 2012

FALTA DE APETITE

Hoje, falta-me, em apetite, o que me sobra em desleixo escriturário. Os meus olhos são os chips secretos do que escrevo e do que transmito para que outros olhos de leitura automática se esquivem à consulta de um original que preza os castiçais da sua castidade. Quero lá saber que os apetites sejam como o azeite que vêem à tona da água para demonstrar a veracidade aos que conjuram as mentiras do seu suporte. A escrita é um recreio onde brincam as palavras dos jogos que me aliviam o stress humanístico de uma reforma fisgada pelas ondas da austeridade. Escrevo porque me apetece. Descanso os verbos para que os adjectivos não tenham substantivos. É um carrocel de identidades argutas que distendem os seus augustos abraços por todos aqueles que se atrevem a escapar às manipulações que outros subscrevem de uma forma despudorada. O eldorado de uns é a ruína de outros, facto que todos estimam e engolem para que as suas ternuras não se ofendam com a caliça de um cérebro oco. Não tenham pena deste autor, nem dos seus direitos que são oferenda de lautos banquetes e de pagodes da velha ciência para que o alvo a atingir sejam estas linhas de embalagens titânicas. Tudo tentam para me castrar a personalidade que não está à venda, que não se entrega ao acantonamento da sua liberdade. Os olhos podem filmar, mas a razão que os sustenta é um guião que não cabe na memória de todos aqueles que os usurpam. Quero lá saber do que não sei e do que sei saber.    
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado e escrito, directamente, no blogue, em 04 de Julho de 2012, na Biblioteca Nacional, èntre as 13H58 e as 14H31 do dia 04 de Julho de 2012.

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