LABIRINTOS - I - G
Há galões de galanteios governados pelos galantes das gáveas que as galés guardam aos graves da sua gravidade. Que gravidade?
Pareço o que não sou e sou o que não pareço.
Há gerações gulosas que giram em gotas de gozo, gotejando os gavetões dos gomos sem as gamelas da gravidade. Que gravidade?
Sou escorreito e pegajoso, colado às pegas que se pegam e aos corrimãos que me escorregam.
Há gritos nas gretas das grutas que grelham as grilhetas, gamando aos goivos que gizam às gratidões das gravatas o que germina nas goelas dos gambozinos da gravidade. Que gravidade?
Sou invisível na invisibilidade de ser visível, quando não há visibilidade. Sou o que vejo e vejo o que não sou.
Há gritos que são galos dos garrotes, gatinhando como os gatos gelatina nos gumes das guilhotinas, gravadas com as grelhas da gravidade. Que gravidade?
Sou a espera que desespera a fera que sou, quando não sou o que se espera, entre o desespero da fera que não se é e a fera que se desespera para o ser.
A grua do grotesco é a gralha que galvaniza o grosso grifo com a gordura do giz que glorifica os gingões que grasnam contra as ganâncias dos golpes da gravidade. Que gravidade?
Sou um escape que escapa às escapadelas da realidade virtual e sou virtual na virtualidade de não o ser.
Há gamos que golpeiam as grainhas dos galopes sem as guelras dos gauleses, que não sendo da Gália, são o gáudio dos garimpeiros que, em grupo de guaches, gramam a gravidade. Que gravidade?
Sou a finalidade de um fim sem ser o final de uma finalidade, porque o fim não é uma finalidade em si. É só um fim que não tem fim.
Os gemidos das giboias são a glucose das guloseimas que o gamão goleia, quando as gotículas das suas gripes giram nos Galápagos da sua gravidade. Que gravidade?
Sou uma candeeiro sem luz, na avenida das luzes. Se me acendo deixo de ver e vejo o que não devia ver. As luzes das avenidas são candeeiros que se apagam, se o meu se acende. As luzes são filhas de verdades diferentes. Luzem por luzir e não se apagam para luzir sobre o que é luz, sem o ser.
Centro Cultural de Belém, 27/12/2009 - Jorge Brasil Mesquita - 15H45. Jorge Manuel Brasil Mesquita. Recriado, em 09 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 13H23.
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