OS PONTEIROS DO TEMPO
SÃO DEDOS DE AREIA
EM AMPULHETAS DE SONHO.
A AREIA FINA QUE ESCORRE
PELOS LÁBIOS DA VIDA,
TEMPERA A NOITE DOS DIAS,
ASSOBIA VENTOS DE MORTE
E ACORDA, À ROUPA DO OLHAR,
OS TRÉMULOS CANDEEIROS
DAS VOZES QUE SE AFOGAM
NA CLARIDADE DOS DEDOS,
ESSA LUZ MINÚSCULA
QUE SE ASSOMBRA
COM O VÍCIO DE SE ESTAR VIVO
EM OUTRAS SAFRAS,
QUE NÃO A VOZ INFINITA,
VESPA DE ESTRANHOS FOGOS
QUE PICA A CARNE DOCE
PARA QUE O AMARGO
SEJA OS DEDOS DA AMPULHETA
QUE, EM FEBRES DE OCASO,
DELEITEM AS AGONIAS DO TEMPO.
OS PONTEIROS,
CADÊNCIAS DE VIDA,
APONTAM A GINÁSTICA DO INFINITO,
PARA ESCAPAREM À AREIA DOS DEDOS.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 05 de Junho de 2012, à noite, em casa, e, na Biblioteca Nacional, às 15H12.
Escrito, directamente, no blogue, no dia 06 de Junho de 2012, na Biblioteca Nacional, às 15H13, e, concluído, às 15H34 do dia 06 de Junho de 2012.
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