sábado, 26 de maio de 2012

CISCOS DIÁRIOS - 26 DE MAIO DE 2012

Que sei eu de mim neste cemitério de ideias onde as flores da memória são pedaços de vida violada pelas sombras de um Passado que se esmeram nos confrontos do seu Futuro. Diariamente, sou arrebatado pela incoerência das minhas coerências na sublevação de uma consciência que se afoga em realidades. Em que realidade pairam os sonhos do mesmo sonho que toca a reunir na parada das avenidas e das vielas que cruzam a cidade com os rumores do seu frenesim carnal? Subo, sob uma aurora de várias sonoridades, e, desço, atravessado pelo rio precioso das águas sedentas de uma foz que lhes cante o irracionalismo de uma poesia racional. As luzes da noite banham as águas do meu olhar. Os versos que a decoram são bailados urbanos de fugas tempestuosas, de brisas encantadas que pernoitam no cansaço dos corpos. Corpos que são gritos de agitação fluvial, argumentos de uma película que se vislumbram nos grandes ecrãs da vida. Por ti, passam estas horas de nada e, regado pelos encantos dos teus lábios silenciosos, adormeço, abraçado a um prazer que desconheço, carente de um afago de fogo celestial. Afinal, eu, sou este apetite sensorial que se move por entre os lençóis da noite, descobrindo, aos ponteiros do tempo, a realidade de uma viagem madura.    
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 26 de Maio de 2012, às 14H03, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 26 de Maio de 2012, às 14H04, e, concluído, às 14H33 do dia 26 de Maio de 2012.

2 comentários:

  1. Maravilha de ser-poeta é vc,suas poesias me tocam profundamente,obrigada.

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  2. Saudações cordiais, Giselle. Obrigado pela visita e pelo comentário que fez vibrar a minha sensibilidade.

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