quarta-feira, 9 de maio de 2012

CISCOS DIÁRIOS - 09 DE MAIO DE 2012

Lá fora, o Sol brilha. Aqui, na Biblioteca, desconheço o desconhecimento dos conhecimentos que se organizam, em labirintos, nas camuflagens do meu deserto encefálico. Sinto uma necessidade tola de me rir, ao colocar-me diante de um espelho imaginário. Cebolas de medo? Que olhar tão despiciendo. Que boca tão sedenta, não sei bem de quê. Esgrimir factos com a frontalidade das dúvidas, desancar, em quem merece, por desconhecer as raízes dos problemas inevitáveis,  ironizar com comentários que se celebram como se fossem um modelo de racionalidades irracionais; não chocalhar argumentos que silenciam a sinceridade dos actos que se profanam como quem degusta ilacções imprudentes e viciadas pela invisualidade dos seus efeitos. O desgosto da impopularidade, ávida da popularidade, é um gosto que salivo com os dentes da raiva por quem não merece qualquer fatia de estima neste desconcerto de favas contadas pelos dedos da inépcia. Lá fora, o Sol brilha. Cá dentro, mastigo essa espécie de bolor que se vende às reticências do porvir, suporto sem calafrios, sem repelões, a incompreensão dos que só compreendem os ditados da sua unicidade vocal, amesquinhando as paisagens dos sonhos em que navegam todos aqueles que anseiam pelo ar puro da sua natureza. Bicadas há, que, apenas, atingem quem as dá. Revelam ignorância, são filhas de Belzebu, às portas do paraíso, simuladando  e clamando pela inocência que a dureza da vida tem demonstrado que são notícias de invalidez verbal. Lá fora, o Sol brilha. Paz à sua alma. 
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 09 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 16H44.
Escrito, diretamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 09 de Maio de 2012, às 16H45, e, concluído, às 17H33 do dia 09 de Maio de 2012.

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