sexta-feira, 25 de maio de 2012

APITOS BOLÍSTICOS - II - SELECÇÃO NACIONAL

É já, ali, ao virar da esquina, que sobre o relvado fresco e, com a bola, saltitando, poeticamente, entre as botas dos jogadores, se dará início aos compassos de mais uma composição suada por parte da selecção portuguesa, no Campeonato da Europa de 2012. O Grupo em que participamos não é pêra doce. Teremos que enfrentar a fortaleza alemã, o dinamismo fogoso dinamarquês e a fibra criativa holandesa. Que estratégia, que táctica arquitectar para todos ultrapassar como se tudo se tratasse de uma filigrana das descobertas. Colocando-nos na pele do Senhor Paulo Bento e, ao observarmos, a massa muscular e criativa dos nossos jogadores, eis o que um adepto de bancada teceria para que as hostes portuguesas delirassem com o sabor das vitórias. Avaliar, estudar os ritmos, estruturar a geometria necessária ao fio de jogo que permita à selecção prostrar a seus pés as arrogâncias dos nossos adversários. Como não podia deixar de ser optaria por um 1x4x4x2 maleável que tanto se poderia transformar em um 1x4x3x1x2 como em um 1x4x1x3x2. Que jogadores utilizar para satisfazer tais requesitos? Simples, no raciocínio, complicado, na prática. Rui Patrício na baliza; Miguel Lopes, Pepe, Bruno Alves e Fábio Coenrão, o quarteto defensivo. Riscado o fácil, passemos ao difícil: Custódio, Raul Meireles, Hugo Viana e João Moutinho seriam os actores do meio campo que tanto seria um quadrado - Custódio e Meireles os dois mais recuados e Hugo Viana e João Moutinho, os mais avançados - como um losango - Custódio, o mais atrasado, Meireles e Viana, nas laterais e Moutinho, no topo. Ronaldo e Nani, os avançados. Sem ponta de lança? É uma realidade. Ambos seriam avançados volantes em toda a largura do terreno. Em todo este sistema, que pretende formar um grupo compacto, não me esqueci que qualquer dos médios é bom a rematar, quer de meia distância, quer dentro da área. No caso de se optar por Ronaldo e um ponta-de-lança a escolha depende do opositor. Hugo Almeida, para os jogos com a Alemanha e com a Dinamarca e, Helder Postiga, contra a Holanda. Tudo acaba por se tornar fácil quando se examina à lupa a matéria humana de que se dispõe, mas torna-se complicado quando, nós os adeptos de bancada, não estamos em contacto diário com os jogadores, nem estamos por dentro da filosofia, estratégica e táctica, do Senhor Paulo Bento que, muito melhor do que nós, tem capacidade para avaliar situações que a todos nós nos escapam por não convivermos, diariamente, com as vicissitudes do treino. A minha intenção é gabar as virtudes que encontro na selecção nacional e, sem pinta de vaidade, contribuir para um pensamento futebolístico que, avaliado, ou não, não passa disso mesmo: uma visão global para uma minúcia elementar. Para já, os desejos de um boa preparação, os desejos de um bom princípio futebolístico.     
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 25 de Maio de 2012, às 13H21, na Biblioteca Nacional.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 25 de Maio de 2012, às 13H23, e, concluído, às 14H28 do dia 25 de Maio de 2012.

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