quinta-feira, 17 de maio de 2012

CISCOS DIÁRIOS - 17 DE MAIO DE 2012

Ao olhar para o quadro negro e digitalizado da minha vida corrente, descubro, nas imagens que o giz branco da virgindade desenha, a ausência do sol afectivo e a presença feminina de uma lua que me descreve, com detalhe, os pormenores de uma respiração engelhada e a tecelagem das dúvidas permanentes. A vida que me corre nas veias é um suspensório de ideias, segurando as calças dos seus movimentos para que não caia na tentação de fugir aos bolsos dos seus segredos. Penso, logo existo. Aonde e porquê? A longevidade é curta e banal, se me recolher à matéria recôndita de uma pulsação, elástica e irregular, que traduz, nos concertos da sua evolução, a traição de um instinto prededor. Se me despojo da realidade para inventar diálogos íntimos de fertilidade humana, concluo, sem demonstrar infidelidades à Humanidade, que rodeio ambiguidades de natureza lógica, vasculhando, no mais profundo do meu ser, a razão da existência e a mesquinhez de uma essência pastoril que se orienta pela linguagem cerrada do seu pastor. As metamorfoses que insemino nas palavras que apascento, desenvolvem conceitos de espontaneidades que me cultivam a imaginação e me ferem com o poder da crítica, desconhecendo, eu, quais as consequências das suas culturas extensivas. Reformado pela polivalência dos costumes, habito esta pertinência de estar vivo onde nem sequer a Morte janta, sem desconhecer que, um momento haverá, em que  lá virá o ponto final da sua prosa poética.     
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Criado, em 17 de Maio de 2012, na Biblioteca Nacional, às 15H15.
Escrito, directamente, no blogue, na Biblioteca Nacional, no dia 17 de Maio de 2012, às 15H16, e, concluído, às 16H14 do dia 17 de Maio de 2012.

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